O nosso Batalhão, cognominado o "ESTILHAÇO", era composto pelo Comando e C.C.S., Cart.2559, Cart. 2560 e Cart. 2561, teve as suas origens no dia 10 de Março de 1969.
Neste dia reuniram-se em Torres Novas na unidade Mobilizadora GACA 2, os primeiros quadros que iriam constituir o embrião do Bart.2883 e que era para alguns dos oficiais, sargentos e praças uma terra desconhecida.
Seguiu-se a Instrução de Aperfeiçoamento Operacional no Campo Militar de Santa Margarida de 16 de Junho a 5 de Julho. Nesta fase final teve lugar o complemento do Comando e das Companhias e da formação da CCS pela chegada dos restantes especialistas formados nos diversos centros de Instrução especial.
Em 4 de Agosto realizou-se o embarque em Lisboa com destino a Angola no N/T "VERA CRUZ" após a viagem de comboio directamente de Santa Margarida.
O nosso 2º.Comandante Major Rubi José Alfredo Mourão Marques foi o Comandante das Forças Embarcadas.O Nosso Comandante Tenente-Coronel José Francisco Soares e o Adjunto Major José António Cardoso de Almeida embarcaram de avião da FAP em 31 de Julho.
Em 13 de Agosto desembarcou o Batalhão em Luanda tendo sido instalado no Campo Militar do Grafanil, para o qual seguiu de Comboio.
Na semana que permaneceu em Luanda, foram estabelecidos os contactos necessários entre os diversos órgãos de Comando e Serviços do Batalhão e as várias Chefias e Repartições do Quartel General.
Em 19 de Agosto, O Batalhão deslocou-se em coluna rodoviária (MVL), via Ambrizete (agora chama-se N'zeto), para o sub-Sector de Bessa Monteiro(agora chamado Kindeje) pertencente ao Comando do Sector Setentrional da Área Militar nº.1 onde chegou em 21 de Agosto altura que teve o contacto com Bessa Monteiro e com o Batalhão de Caçadores 1931 que iríamos render.
A distribuição das Companhias, por localidades, foram as seguintes:
- Comando e CCS - Bessa Monteiro
- C.Artª. 2559 - Baca
- C.Artª. 2560 - Quibala Norte
- C.Artª. 2561 - Bessa Monteiro
1º.ano de Comissão (4 de Agosto de 1970). Neste período todo o Batalhão esteve reunido segundo a distribuição indicada, na zona de Bessa Monteiro, onde desenvolveu a sua actividade operacional em inúmeras acções e operações, tendo sido como função predominante a protecção aos Grupos de Trabalho da JAEA, que procederam à rectificação das deficientes picadas existentes e sua pavimentação. No final deste período a feição das vias de comunicação estava positivamente alteradas, o que constituiu uma melhoria fundamental não só para o Distrito, como para possibilitar rápidas deslocações de colunas, com a enorme economia resultante do emprego de pessoal, de tempo e do desgaste de viaturas.
A importância das vias de comunicação foi salientada pelo próprio inimigo, que logo de início atacou fortemente as bases temporárias existentes, tendo sido sempre rechaçado e perdido diverso material, por nós capturado.
Dado tratar-se duma região despovoada, tradicionalmente campo de intervenção de fortes e numerosos grupos inimigos em trânsito, normalmente emboscando colunas das nossa tropas, às quais regra geral causavam baixas apreciáveis e capturavam material, desde início constituiu regra basilar a segurança. Assim tal cuidado e respeito houve do cumprimento das normas postas em vigor, que em todo esse tempo, nunca qualquer coluna do Bart.2883 foi atacada, não porque o inimigo disso não tivesse desejo ou oportunidade , mas sim, como se comprovou posteriormente por declarações de capturados, ter sempre receio de atacar colunas tão bem articuladas e ligadas e com pessoal tão atento e cuidadoso nas deslocações.
Em 27 de Julho de 1970 foi recebida a mais triste notícia de toda a comissão, anunciando o desmembramento do Batalhão, em que as Companhias Operacionais permaneceriam no Sub-Sector de Bessa Monteiro e o Comando e a CCS se deslocaria para o Distrito de Malanje onde assumiria a responsabilidade do novo Sub-Sector do Luquembo, a criar.
Desde logo se iniciaram os preparativos para a mudança , tendo entretanto, no dia do 1º. aniversário da comissão sido condignamente celebrada a efeméride, reunindo-se em Bessa Monteiro as maiores representações quantitativas possíveis de todas as Companhias.
A alocução então pronunciada pelo 2º.Comandante Major Rubi Marques traduziu exactamente o modo como o momento foi vivido e sentido por todos, tendo passado revista à vida do Batalhão, apresentou as despedidas por parte do Comando às Autoridades, Administrativa, Policial e à população de Bessa Monteiro directamente representada pelas autoridades tradicionais e de seguida procedeu ao descerramento de uma lápide atentando à estadia do Comando do Batalhão em Bessa Monteiro.
Da acção do Batalhão no Sub-Sector de Bessa Monteiro nada melhor que o louvor que lhe foi conferido por sua Excelência o Brigadeiro Comandante do Sector Setentrional da AM1 que pode servir para apreciar com inteira justiça a produtiva actividade desenvolvida.
Dias depois do 1º.aniversário marchou para o Luquembo, por coluna, via Luanda, o Comando e a CCS, tendo assumido a responsabilidade do novo Sub-sector. As C.Artª. 2559,2560 e 2561, passaram para a dependência operacional e administrativa do Batalhão de Caçadores 2910, sediado no Toto.
O Pelotão de morteiro nº.2136 que reforçava o nosso aquartelamento passou para a dependência operacional e administrativa da C.Artª.2561.
Do Comando do Batalhão agora responsável pelo Sub-Sector do Luquembo e integrado na ZMC, passaram a depender três heterogéneas Companhias, sem pontos comuns entre elas, de formação, espírito e tempo de comissão diferentes e todas também, de arma diferente (Infantaria). Eram elas:
a C.Caç 2459/B.Caç 2859, sediada em Nova Gaia com um grupo de combate no destacamento de Quitapa. Esta Companhia foi separada do seu Batalhão de origem, cujo comando estava em Malanje;
a C.Caç 2677 (independente) que estava no Luquembo, avançou para Sautar, onde tinha já um grupo de combate destacado;
a C.Caç 202, no Luando (distrito do Bié) pertence ao RI 21, unidade da guarnição normal, da qual estava destacada.
Em Janeiro de 1971 a C.Caç 2459 terminou a sua comissão, tendo sido substituída, a pedido do Comando, por uma Companhia de origem do Batalhão, pelo que foi designada pelo Q.G. a C.Cart. 2559 que estava em Baca, cujo aquartelamento foi desactivado.
Em 4 de Agosto de 1971, no Luquembo, celebrou-se condignamente o 2º.aniversário do Batalhão, assistindo além do pessoal do Comando e CCS, todas as forças disponíveis da C.Artª.2559, a única Companhia originária presente e representantes da população civil. A cerimónia teve lugar no Quartel Novo do Luquembo, que nessa data foi oficialmente inaugurado, bem como descerrada uma placa comemorativa do Batalhão.
Procedeu-se também com o cerimonial da praxe, ao primeiro içar da Bandeira Nacional no novo aquartelamento.
Houve, finalmente conhecimento que o embarque de regresso à Metrópole se faria em 6 de Outubro de 1971, ou seja após perfazermos 26 meses de comissão.
De novo o Vera Cruz nos espera.
Em Setembro de 1971 chegou ao Luquembo o B.Artª.3853 para nos render.
- A C.Artª.3401 ficou em Luando, para render a C.Caç 202
- A C.Artª.3402 ficou em Sautar, para rendeu a C.Caç.2677 (independente)
- A C.Artª.3403 ficou em Nova Gaia, para render a nossa C.Artª.2559
A C.Caç.2677 que estava em Sautar, só terminou a comissão em Março de 1972, foi render a nossa C.Artª.2561 em Bessa Monteiro.
GRITO DO NOSSO BATALHÃO
BATALHÃO DE ARTILHARIA Nº.2883
TODOS .................................PRONTO !
FOGO .......................... ESTI-LHA-ÇO !